Pedra, vidro e cerâmica. Basicamente, esses são os principais elementos que constituem a Casa Batlló, uma joia arquitetônica construída por Antoni Gaudí,e eleita o melhor monumento do mundo em 2021 pela plataforma Tiqets!

Localizada na esquina de uma antiga rua ‘rural’, que um dia uniu a cidade velha ao bairro de Gràcia, a Casa Batlló, hoje, se encontra completamente integrada à cidade; a primeira versão da casa, erguida em 1877 por Emílio Sala Cortés (um dos professores de arquitetura de Gaudí), surgiu em resposta ao plano de urbanização que 50 anos antes transformou a então rua Camí de Jesús na reputada avenida Passeig de Gràcia, elevando a importância do local e chamando a atenção da elite da época. 

Por esse fato, o quarteirão no qual se situa a Casa Battló também integra outros quatro prédios icônicos, arquitetados por outros grandes nomes do modernismo, que, juntos, instituiram o, popularmente conhecido, ‘Quarteirão da Discórdia’. Seus nomes? Josep Puig i Cadafalch (Casa Amatller), arquiteto Lluís Domènech i Montaner (Casa Lleó Morera) e Antoni Gaudí (Casa Batlló), Enric Sagnier (Casa Mulleras) e (Marcel-li Coquillat Casa Josefina Bonet). 

Foram dois anos de reformas nesta casa, sob o comando de um gênio, até que se tornasse, naturalmente, uma das máximas expressões do modernismo, e uma obra de arte visitada por mais de um milhão de pessoas todos os anos! A casa é uma jornada pela imaginação de Gaudí, à começar por sua fachada icônica, que já desperta para o sonho.

Contando um pouco sobre as teorias de quem lhe visita, há quem veja no telhado escamas coroadas que parecem de um dragão e que, juntamente com a cruz de quatro braços, remetem à lenda de Sant Jordi, padroeiro da Catalunha – a cruz sendo a espada que cravou no dragão, enquanto as colunas de ossos, suas vítimas. Já Salvador Dalí viu nessa casa uma paisagem aquática. 

Bom, a verdade é que Gaudí presenteou o mundo com uma obra de arte e um eterno mistério – fascinante e indecifrável – fruto de uma imaginação fértil e de planos pouco precisos, cabendo a cada um que a visita criar sua própria história.  

O que se sabe é que a construção tem noções que vão além da estética. Uma luz onipresente, conscientemente produzida, formas ergonômicas e conteúdos oriundos de reciclagem são uma evidência de que seus projetos buscam, acima de tudo, a funcionalidade. E agora está com novidade! Ao fim da visita, uma escada leva para o terraço, onde está uma instalação do arquiteto japonês Kengo Kuma, e no subsolo uma instalação imersiva de Refik Anadol.

O passeio pela casa leva em torno de uma hora, e você poderá visitá-la todos os dias das 9h às 20h16 (última entrada às 19h15); Chegar até aqui é fácil, seja de metrô, trem, ônibus ou a pé (quase sempre a melhor opção em Barcelona).