Nymphenburg se tornou um dos maiores palácios nobres da Europa. Tem um jardim que rivaliza com a imponência de Versailles e é recheado de elementos rococó e barrocos, populares por volta do século XVII. Ele começou como um refúgio de veraneio para a realeza bávara, e foi crescendo em tamanho e esplendor conforme as novas gerações de duques e príncipes da Baviera anexavam novas alas e cômodos.
Turistas podem visitar o local diariamente, embora o horário de funcionamento seja mais curto durante o inverno. Não há guias turísticos a postos, porém o palácio oferece dispositivos de áudio em diversas línguas para excursões autoguiadas através dos cômodos. Infelizmente, o áudio não está disponível em português, mas há inglês, espanhol, francês e outras línguas, além de, claro, alemão.
O interior do palácio exibe obras de arte datadas desde o período Barroco até o Classicismo. Uma caminhada pelos quartos revela destaques tais como o quarto onde nasceu Ludwig II, o “Rei Louco” da Baviera, a Galeria das Belezas, onde ficam à mostra os vários retratos comissionados pelo rei Ludwig I, e o expansivo Steinerner Saal (Salão de Pedra), o salão principal e ponto de entrada no palácio, ricamente decorado com trabalhos em estuque no estilo rococó e um afresco impressionante no teto, simbolizando o Olimpo dos deuses gregos.
Há também museus instalados nas alas do palácio, dentre os quais o Marstallmuseum (Museu das Carruagens), na ala sul, carrega o título de um dos mais importantes arquivos sobre estábulos do mundo, graças a seu rico acervo. Os coches e trenós em exibição eram usados pelos Wittelsbach – a família real bávara – nos mais diversos eventos, desde simples locomoções de um ponto a outro até cerimoniosos desfiles de coroação. No andar superior, o museu conta ainda com uma bela coleção de trabalhos em porcelana, totalizando cerca de 200 anos de história de artesanato bávaro contada através das peças.
Jardim Nymphenburg e “pequenos palácios”
O jardim tem área de 800 mil metros quadrados, fazendo dele o segundo maior parque de Munique, depois do Englischer Garten. Desenhado e cuidado aos moldes dos jardins franceses, os gramados do palácio adornam o terreno em frente ao edifício principal com simetria e podas precisas, em seguida se abrindo em uma área verde com formações mais naturais, mesclando o estilo dos jardins ingleses.
É nos gramados que se encontram os Parkschlösschen, os “pequenos palácios do parque”: são construções menores que o bloco principal, anexadas após o projeto inicial ao longo de gerações da realeza bávara, onde se podem ver trabalhos de arquitetos e artistas europeus de diferentes séculos. São quatro: o Badenburg, um salão de banho, o Pagodenburg, a Magdalenenklause, com suas ruínas artificiais, e o Amalienburg, um dos mais brilhantes exemplos da arte rococó europeia.

Visão externa do pequeno palácio de Amalienburg. Foto: Divulgação.
O Amalienburg é um dos maiores destaques dentre os pequenos palácios, especialmente por ser o pavilhão de caça onde fica o esplendoroso Salão de Espelhos. Projetado por François de Cuvilliés, treinado nas artes de Paris, o complexo é uma impressionante demonstração do estilo rococó europeu do século XVIII. O Salão dos Espelhos é central e circular, com um domo elevando o pé-direito. Os espelhos, protagonistas do conjunto, são lindamente enquadrados por molduras prateadas, e seu posicionamento intercala-se com as portas e janelas do salão, iluminando o cômodo com luzes naturais e refletidas, e dando a impressão quase como se o quarto não tivesse paredes.
O Amalienburg tem ainda outros lindos cômodos, dentre os quais o quarto amarelo, o salão de caça e a cozinha, que chama atenção por seus azulejos holandeses nas paredes azuis e brancas, e as pinturas de cenas chinesas no teto, decorações incomuns para a época.
O Badenburg também vale uma visita, ao menos para ver a incrível área da “banheira”, se é que dá para chamar assim: na verdade, está mais para piscina, tamanho é o espaço onde se davam os banhos. O salão retangular tem dois níveis; no primeiro, térreo, há alguns bancos e torneiras, mas fora isso, não há móveis, deixando o espaço de 48 m² livre para se encher com água suficiente para nadar de um lado a outro. A pequena galeria do segundo nível permite uma vista de cima para a piscina, para que quem não quisesse participar do banho pudesse ainda fazer parte do ambiente, como observador. Acima desses dois níveis, os afrescos pintados no teto do salão retratam deuses e ninfas das águas e fontes, adequadamente aderindo ao tema aquático do cômodo.

O Badesaal (Salão de Banhos) do Badenburg. Foto: Allie_Caufield/Flickr.
A visita completa ao Palácio Nymphenburg demora cerca de meio dia, devido à extensão tanto dos jardins quanto do interior do palácio. Ingressos para entrar no Palácio Nymphenburg custam € 8, para o Marstallmuseum, € 6, e para os pequenos palácios, € 5, totalizando € 19 para uma visita integral.
Protocolo COVID-19: O Palácio Nymphenburg exige prova de vacinação completa contra a COVID-19, ou prova de recuperação da doença, e adicionalmente, um teste PCR com resultado negativo de até 48 horas ou um teste de antígeno de até 24 horas. Visitantes imunizados com a dose de reforço ou visitantes vacinados com as duas doses e prova de infecção após a vacinação não precisam apresentar qualquer teste negativo.