Se o Rio de Janeiro tem o Pão de Açúcar, a Cidade do Cabo tem a Table Mountain. Essa majestosa pedra retangular — com 1067 metros de altura e três quilômetros de extensão — forma o enorme muro de rocha que domina a paisagem urbana e tem o topo tão achatado que justifica o seu nome como “Montanha da Mesa”; já as nuvens que pairam sobre ela são chamadas pelos locais de “tablecloth”, ou toalha de mesa.
Reza a lenda que esse que é um importante símbolo da identidade de Western Cape e uma das sete novas maravilhas do mundo, título conquistado por votação popular em 2007, é das montanhas mais antigas da Terra. Ao longo dos milênios, a montanha sempre foi considerada como “a morada de Deus” pelos Khoisan, povo nômade do sul da África que, por dezenas de milhares de anos, formaram a maior população do planeta (hoje restam apenas 100 mil falantes de Khoisan contra as 7 bilhões de pessoas de outras etnias).
Mais recentemente, a Table Mountain se tornou não só um símbolo de perigo e atenção — morre mais gente escalando aqui que no Everest — mas também de liberdade, quando Nelson Mandela, em um discurso, disse que durante seus anos de prisão na Robben Island costumava olhar para a silhueta da montanha e se carregar de inspiração. “Para nós, em Robben Island, a Table Mountain era como um farol de esperança. Representava uma terra firme para onde um dia iríamos voltar”.
A Table Mountain dá nome ao parque nacional que toma praticamente a península inteira. Aqui na Cidade do Cabo, inclui o Devil’s Peak (Pico do Diabo), o Lion’s Head (Cabeça de Leão), os 17 picos que formam os Twelve Apostles (Doze Apóstolos), e vai até o Cabo da Boa Esperança, passando por Boulders Beach. Além de poder subir até o topo com o bondinho, há várias opções de trilhas, com diferentes níveis de dificuldade, para você contemplar a rica e belíssima flora e as vistas de tirar o fôlego para a Cidade do Cabo e o oceano. Só leve sempre um casaco, mesmo que esteja quente na cidade, pois pode ventar bastante lá em cima. E, se o tempo virar, o bondinho deixa de funcionar e você terá de descer a pé.
COMO CHEGAR E SUBIR A TABLE MOUNTAIN
A entrada para o bondinho fica na Tafelberg Road (Tafelberg é “Montanha da Mesa” em africâner, um dos idiomas locais) e está a 15 minutos de carro do V & A Waterfront. O melhor jeito é pegar um táxi ou carro de aplicativo porque, na alta temporada, pode ser difícil estacionar o carro. Outra opção é pegar o ônibus vermelho de turismo, o City Sightseeing, que custa US$ 15 por dia, passa lá a cada 20 minutos e ainda permite que você compre o ingresso durante a viagem, economizando o tempo de fila ao chegar.
Aí, há duas formas de subir até o topo da montanha. A mais comum é ir com o Cableway, o bondinho giratório — ou seja, todo mundo tem a chance de ver toda a vista — que, além das vistas magníficas, passa bem pertinho das pedras quando estamos chegando próximo ao topo (o ingresso custa US$ 14 e o ideal é comprar antecipadamente pelo site oficial, clicando aqui). A outra forma, gratuita, e que faz com que o passeio dure praticamente o dia todo, é por meio de uma trilha, que pode levar de 50 minutos a quatro horas, a depender do seu ritmo (e condicionamento físico). Você não precisa de um guia para fazer a trilha, mas às 10h e às 12h, saem as caminhadas guiadas gratuitas.
É preciso dizer, no entanto, que a visita à Table Mountain depende totalmente das condições climáticas. Um dia ensolarado e com céu limpo vai te proporcionar vistas magníficas, que são prejudicadas em dias nublados e chuvosos. Mas não se preocupe: o ingresso pode ser usado em até sete dias a partir da data selecionada e você pode consultar o site para ter informações sobre os ventos, visibilidade e tempo de fila.
Só não se esqueça de levar um casaco.
Para acessar o site, clique aqui.