Por Shoichi Iwashita

Apesar de haver bons hotéis em outros lugares na imensidão da Amazônia, a cidade de Novo Airão, às margens do rio Negro, é o nosso ponto de parada preferido. Porque, além dos hotéis sofisticados (como o Mirante do Gavião e o Anavilhanas Jungle Lodge), bons restaurantes (como o Flor do Luar e o Camu Camu) e ser a porta de entrada para os dois dos mais importantes parques nacionais de natureza intacta — o arquipélago de Anavilhanas e o parque do Jaú —, tem a conveniência de estar próxima a Manaus, a 195 quilômetros ou três horas no conforto do carro a partir da capital amazonense. Também levamos em consideração o fato de que, por conta do pH baixo do rio Negro, não tem mosquitos; e isso faz muita diferença. 

Ainda mais perto de Manaus (mas acessível apenas de barco) está a Caboclos House, uma hospedagem mais simples, mas não menos autêntica, por se tratar de uma propriedade administrada por uma família de ribeirinhos. Todos os bangalôs são construídos da mesma forma que as casas das famílias que você verá nas visitas às comunidades. É importante lembrar que todos os hotéis listados em nosso guia são all-inclusive, ou seja, incluem não só as refeições como também todos os passeios e atividades. 

Um pouco mais isolado, a 75 quilômetros ao sul de Manaus, está o Juma Amazon Lodge, em que é preciso pegar barco + ônibus + barco para chegar, um traslado que vai durar três horas. Mas o mais isolado de todos, o que pode ser um atrativo para algumas pessoas, é o Uakari Lodge, na Reserva do Mamirauá, a 600 quilômetros a oeste de Manaus, e no rio Solimões.

Para chegar até lá, é preciso pegar um voo de Manaus para Tefé (só a Azul opera esse voo) e, de lá, tem ainda mais uma hora e meia de barco. O Uakari é um hotel pioneiro no turismo de base comunitária 一 o único hotel que é flutuante e com um roteiro específico para observação de onças-pintadas 一  e funciona dentro de um plano de desenvolvimento sustentável, tanto para preservar a biodiversidade da reserva com mais de um milhão de hectares como também beneficiar as comunidades que nela habitam. 

Já o Cristalino Lodge, apesar de estar a mais de 800 quilômetros de Manaus, também está na Amazônia, no extremo sul da floresta, no Mato Grosso quase divisa com o Pará. Para chegar a esse que é o outro hotel sofisticado do nosso guia, é preciso voar até Alta Floresta e, de lá, pegar o carro do hotel.

QUAIS SÃO AS EXPERIÊNCIAS OFERECIDAS PELOS HOTÉIS?

Tirando algumas particularidades — o formato “espacial” dos bangalôs do Mirante do Gavião, a estrutura para pernoite no meio da mata no Anavilhanas Jungle Lodge, a observação de onças com pesquisadores no Uakari, a contemporaneidade sofisticada nos cruzeiros Aqua e a rusticidade cabocla das expedições Katerre —, grande parte das experiências oferecidas pelos hotéis e cruzeiros na Amazônia é praticamente a mesma. Vai sempre ter passeios de canoa e voadeiras durante o dia e à noite; visitas a comunidades ribeirinhas, sejam elas indígenas ou caboclas; trilhas pela floresta ou igapós durante a cheia; interação com botos e outros peixes nos flutuantes; banhos de praia de rio durante a vazante. Mas, tirando essa interação problemática com os animais, nós, da Travel, amamos a ideia de transformar em rotina essas conexões com a natureza em seu estado mais puro e com os povos que habitam a floresta.    

QUANDO É MAIS BARATO VIAJAR PARA A AMAZÔNIA?

Apesar de se poder viajar para a Amazônia o ano todo, julho e agosto são os meses mais caros. Porque são férias escolares no Brasil e férias de verão na Europa, continente de onde vem grande parte dos turistas para a Amazônia.