O QUE LEVAR
Proteção contra o sol: quem vai a Noronha logo percebe que o protetor solar não é tão bem-vindo aqui quanto em outros destinos de sol e calor. Entrar nas paradisíacas piscinas naturais, berçários marinhos e locais de alimentação de tartarugas e tubarões utilizando protetor solar é proibido — aliás, o uso de qualquer dermocosmético dentro das áreas de corais é proibido, incluindo repelentes, bronzeadores e hidratantes.
O motivo para isso é que protetores solares possuem, em sua composição, oxibenzona/benzofenona (BP) ou etilhexil metoxicinamato (EHMC), substâncias tóxicas que podem ser absorvidas pelos corais, matando-os ou prejudicando seu ciclo reprodutivo, e assim afetando toda a cadeia alimentar marinha. O dano é reconhecido internacionalmente, e as substâncias já foram proibidas pelo arquipélago de Palau e pela ilha do Havaí, em 2020, e o uso de protetores também foi totalmente proibido dentro de áreas de preservação natural como o Parque Marinho, na Tailândia, em 2021. Confira a lista de substâncias proibidas por Palau abaixo.
- oxybenzona (benzofenona-3)
- etilparabeno
- octinoxato (metoxicinamato de octila)
- butilparabeno
- octocrileno
- metilbenzilideno cânfora
- benzilparabeno
- triclosano
- metilparabeno
- phenoxyethanol
Resumo da ópera: se puder, não leve protetores tradicionais. Prefira protetores sem os ingredientes da lista acima, em especial a oxibenzona ou benzofenona (e cheque pelas substâncias, não pelos selos de “seguro para corais”). Melhor ainda, busque adquirir uma camiseta com proteção UV, que muitas vezes é mais eficaz do que protetores solares. Acrescente um chapéu e óculos escuros ao seu guarda-roupa de viagem. Esqueça os bronzeadores se for entrar na água, e guarde os repelentes para trilhas sem banho de mar. Só não deixe de se proteger contra o sol.
Recipientes reutilizáveis: Em razão de uma lei decretada em 2019, Fernando de Noronha proibiu a entrada de recipientes de plástico e isopor, incluindo talheres, canudos, pratos e garrafinhas de menos de 500 ml. Para não sofrer com a desidratação, especialmente nos pontos mais isolados e sem comércio da ilha, leve uma garrafa de metal e sacolas reutilizáveis, como ecobags. Procure levar apenas o necessário, e não traga canudos, talheres e utensílios do tipo com você, mesmo que de metal, a não ser que sejam imprescindíveis.
Dinheiro em espécie: Devido à conexão instável de Internet nesse ponto distante do continente, o funcionamento das máquinas de cartão de crédito e débito não é garantido. Você não precisará se preocupar em pagar hospedagem com dinheiro em espécie, mas leve uma quantia razoável para restaurantes, comércios e contratação de guias (e lembre-se, Noronha é uma ilha cara!).
Não é preciso levar o dinheiro da viagem toda direto do continente: a ilha tem terminais do Banco24Horas para realização de saques dos bancos conveniados. Fora isso, entretanto, tem apenas as agências do Santander e do Bradesco, com planos para a inauguração de uma terceira agência, da Caixa Econômica Federal.
Calçados antiderrapantes: Noronha é um destino de trilhas e natureza, e ainda por cima conta com uma composição mineral vulcânica devido à sua localização. Com o efeito da água do mar ou da chuva (durante o inverno), quem anda com um sapato inadequado pode correr o risco de se machucar ao andar em trechos de pedras molhadas e escorregadias. A melhor opção é adquirir uma sapatilha aquática, um calçado antiderrapante feito de neoprene, um tecido utilizado em roupas de mergulho que dispõe de elasticidade, impermeabilidade e proteção térmica.
Não recomendamos que as trilhas sejam feitas de chinelos, por causa dos trechos sobre pedras e água que estão presentes na maioria dos percursos. Um tênis pode ser utilizado, apenas tenha noção de que poderá ser molhado em algum momento.
Equipamento de mergulho: Não tem como ir a Noronha sem mergulhar com os peixes, os tubarões, arraias e tartarugas, portanto você se verá usando o kit snorkel + máscara de mergulho + nadadeira (pés de pato), assim como o colete flutuador, provavelmente todos os dias da viagem. O aluguel do kit e do colete custa em média R$ 20 cada, e você terá que alugar várias vezes ao longo da sua estadia — mais de uma vez por dia, pelo menos — se quiser aproveitar o melhor de Noronha.
Portanto, caso você goste de mergulhar e pretenda levar esse hábito para viagens a outros destinos também, considere adquirir todo o equipamento (exceto o colete) por conta própria e levar de casa até a ilha; um kit com snorkel, máscara e nadadeiras pode ser encontrado a partir de R$ 180 em lojas esportivas.
É preciso ter os dois para entrar e aproveitar Fernando de Noronha: a Taxa de Preservação Ambiental (TPA) e o ingresso para o Parque Nacional Marinho (PARNAMAR). A partir de outubro de 2021, é preciso apresentar também a carteira de vacinação contra COVID-19 para pisar na ilha.
A TPA é cobrada de acordo com o tempo de permanência (em dias) do turista no arquipélago. Para um dia, o valor é de R$ 79,20, e vai barateando de pouco em pouco para estadias de até dez dias (ex.: para uma estadia de dez dias, o valor diário cai para R$ 67,48). A partir do 11º dia, no entanto, a taxa encarece gradativamente. O número máximo de dias que um visitante pode ficar em Noronha é 30. É possível pagar pela internet, e você consegue ver todos os valores atualizados (2021) neste link.
A lista define ainda outra regra importante: caso o turista exceda o tempo de permanência previamente agendado, a taxa pelos dias excedentes será cobrada em dobro. Não se esqueça de guardar o recibo do pagamento da taxa — ele será pedido na hora do check-in do seu voo de volta ao continente.
Os ingressos do PARNAMAR são necessários para acessar as praias e trilhas localizadas dentro da área do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, assim como realizar passeios de barco e mergulho. O ingresso vale por 10 dias, e custa R$ 126 para brasileiros que apresentarem seus documentos nacionais (a taxa para estrangeiros é de R$ 251). Crianças abaixo de 12 anos de idade e idosos acima dos 60 não precisam pagar pelo ingresso. Após a compra, que pode ser feita na chegada, você deve cadastrar sua biometria e pegar o cartão do parque na própria bilheteria.
É possível também comprar os ingressos online através do site do PARNAMAR ou diretamente nesse link, mas você ainda deverá se apresentar na bilheteria para pegar o cartão e colher a biometria. Recomendamos acessar e explorar o site do Parque, pois há informações importantes disponíveis, além de dicas e materiais turísticos como este mapa da ilha.
Cada atração do PARNAMAR possui suas próprias regras de agendamento e comportamento dos turistas, e algumas requerem acompanhamento obrigatório de condutor certificado. É preciso agendar certas atrações, e o agendamento pode ser feito com no máximo seis dias de antecedência, visando democratizar o acesso às atrações a todos os visitantes, que costumam passar uma média de cinco dias no destino. O agendamento é feito na própria ilha, no Centro de Visitantes da Vila Boldró, em terminais de auto-atendimento, e não há opção de agendamento online. Os terminais começam a funcionar às 16h e fecham às 19h.
Planeje-se para ficar na fila do agendamento por até duas horas; sim, é um tempo que pode parecer perdido, porém vale a pena para conseguir visitar as atrações mais concorridas, como a trilha do Atalaia; nesse caso, procure chegar uma hora antes da abertura dos terminais (por volta das 15h) para tentar pegar uma das primeiras senhas. Caso sua viagem seja curta (menos de uma semana), considere focar seu tempo em conhecer as belezas da ilha que não necessitam de agendamento, assim você corta o tempo dispensado em fila e aproveita melhor a visita.
Protocolo COVID-19: Desde outubro, Fernando de Noronha adotou três protocolos distintos para adultos vacinados com as duas doses, adultos sem as duas doses e crianças de 7 a 17 anos, e crianças com no máximo 6 anos.
Adultos com as duas doses devem obrigatoriamente apresentar a carteira de vacinação digital, disponível pelo Conecte SUS. A segunda dose deve ter sido tomada no mínimo 21 dias antes da data da viagem.
Adultos sem as duas doses devem apresentar a carteira de vacinação digital com pelo menos uma dose, mais um dos seguintes exames:
- Teste RT-PCR com resultado negativo realizado até 48 horas antes do embarque;
- Teste de reagente IgG por sorologia feito em laboratório até 90 dias antes do embarque.
Crianças de 7 a 17 anos também devem apresentar um dos testes, sem a necessidade da carteira de vacinação. Crianças abaixo de 7 anos são isentas de apresentar quaisquer exames contra a COVID-19.
A partir de dezembro de 2021, a carteira de vacinação digital somente será aceita com as duas doses da vacina.
O Aeroporto de Fernando de Noronha é pequenino, e recebe voos diários apenas desde Recife e Natal. Estas são as duas únicas cidades de onde partem voos diretos à ilha, portanto é inevitável parar em uma delas antes de partir para o Atlântico. Entre o continente e o arquipélago, os voos são operados pela Azul (a partir de Recife e Natal) e pela Gol (a partir de Natal), ou seja, há dois voos diários entre Recife e Noronha e um entre Natal e Noronha.
Passagens partindo de São Paulo variam entre as médias de R$ 1.600 a R$ 2.700, referente à baixa e alta temporada, respectivamente.
Fernando de Noronha é lar da menor rodovia federal do país, a BR-363, e a partir dela é possível visitar toda a ilha e seus atrativos, já que as estradas em direção às trilhas e praias são todas travessas da BR. Há uma linha de ônibus que percorre a rodovia de um extremo a outro, tendo o Porto de Santo Antônio e a Baía de Sueste como pontos iniciais/finais, saindo a cada meia hora. A passagem do ônibus custa R$ 5 para turistas (moradores entram e saem do ônibus sem pagar nada).
Fora o ônibus, as formas de transporte mais indicadas para locomoção na ilha são táxi, bicicleta e a boa e velha caminhada. É possível alugar buggies também (R$ 290 a diária), que podem trazer mais liberdade na hora de planejar seus percursos, mas o preço da gasolina é alto — R$ 7,82 em mar/2021 —, e os veículos são antigos e de difícil manuseio. Há carros para aluguel, mas as diárias também são exorbitantes, de R$ 320 para os mais simples até R$ 1.000 para um 4×4.
Os hotéis também oferecem traslado desde o aeroporto, mas a recomendação dos viajantes é preferir um táxi. O trajeto de táxi dura dez minutos, enquanto que, no traslado, há reclamações sobre a lentidão proposital dos veículos para que os condutores possam promover e vender seus passeios aos passageiros. De um ponto a outro da ilha, os taxistas costumam fazer viagens com valores fechados; uma corrida curta sai por R$ 25, e as mais longas, por volta de R$ 50.
A melhor solução de mobilidade não é a mesma para todos os dias da sua viagem, nem para todos os atrativos que quiser visitar. Alugar um veículo é a melhor opção para chegar nas trilhas e praias de difícil acesso, enquanto que pode cansar e se tornar menos prático e econômico ao visitar os locais acessíveis. Confie no sistema de transporte da ilha, mas se seus planos incluírem muitos dos pontos mais afastados e trilhas difíceis, organize-se para alugar um buggy por pelo menos um ou dois dias.