Por Carolina Varella

Em uma viagem à Chapada dos Veadeiros, as refeições acontecem, normalmente, só duas vezes ao dia. A primeira é um café da manhã, de preferência bem reforçado, antes de partir para a trilha; e depois um ‘almojanta’, por volta das 18h. Além disso, só aquele lanchinho que você leva na mochila para comer no passeio.

Para o café da manhã, se você não tiver como preparar sua própria comida — porque você está em uma pousada sem cozinha por exemplo — o ideal é ir em uma padaria. Lembre-se de considerar os seus horários (se você gosta de se levantar bem cedo ou não), achar uma que você goste e tentar ir sempre na mesma. Assim você otimiza tempo e garante sempre um bom café.

No guia, recomendo para os que se hospedam em Alto Paraíso a padaria Santa Maria, aberta desde às 6h e a guardiã das comidinhas e sucos mais deliciosos da região. Já para quem se hospeda em São Jorge, recomendo a padaria ‘sem nome’ localizada em frente ao Taiuá Ambiental. Essa ‘portinha’ na rua principal tem pães de abóbora e sucos do cerrado. 

Para a segunda refeição, há muitas opções, mesmo. Tanto nos vilarejos Alto Paraíso e seu distrito São Jorge quanto na saída de algumas cachoeiras como Simão Correia, por exemplo, onde é possível comer um delicioso prato feito por R$35, basta reservá-lo na entrada da cachoeira.

 

DO BOTECO AO SOFISTICADO

Com a evolução do turismo, as ruas dos vilarejos estão sendo ocupadas por restaurantes cada vez mais sofisticados. Atualmente, além dos tradicionais botecos para comer um prato feito, há restaurantes de todos os gostos, estilos e preços.

A média de pratos é de R$30, mas você consegue encontrar pratos feitos por R$18 ou, se estiver querendo investir em uma experiência gastronômica, pratos de até R$150. Uma margem de diferença muito grande, para atender a dois tipos diferentes de turistas; apesar de que, cada vez mais, está difícil a relação com o turista econômico que tem dificuldade em achar lugares realmente em conta como costumava. 

E tem algo que precisa ser dito: sabe aquela expressão ‘varado de fome’? Depois de 8h horas de Sol e trilha é bem capaz que cada célula do seu corpo esteja querendo aquele pratão de arroz e feijão (ou qualquer comida em grandíssima quantidade). E, pensando nesse momento, há dois restaurantes ideias, um em Alto Paraíso e um em São Jorge.

Em Alto tem um restaurante Bistrô, em uma das travessas da rua principal. Bem charmoso e serve um completíssimo arroz e feijão, com direito a salada e lula a dorê, além de opções vegetarianas.  Em São Jorge, há muitos restaurantes que servem prato feito, tanto a La carte como buffet (para isso é importante checar os horários e aproveitar a comida ainda gostosa), mas o destaque mesmo ficou para o restaurante do seu Messias, o Buritis, que oferece buffet de massas à vontade, com temperos do cerrado.

Para noites mais especiais, há muitos restaurantes, com comidas típicas ou internacionais. Uma recomendação especial vai para Santo Cerrado Risoteria , localizada em São Jorge, que além de oferecer uma comida deliciosa te coloca mais perto do céu, para ver as estrelas ou o pôr do sol.

 

E A SOBREMESA?

A melhor dica fica em Alto, um lugar que se chama Laricaria 420 — feita para aquela vontade de um doce muito doce, muito grande, muito tudo. E minha última dica é dedicada, exclusivamente, aos cervejeiros, que gostam de ouvir um bom som enquanto apreciam uma cerveja gelada e uns petiscos. Esse lugar descontraído fica a cargo do bar e restaurante Pelé, um boteco bem tradicional de São Jorge.

Para essa seleção, me dediquei a mencionar os restaurantes mais diferentes e imperdíveis, daqueles que deixam saudades depois. Enfim, poderia falar mais sobre alguns dos incontáveis restaurantes sofisticados, mas em qualquer um deles você provavelmente terá uma experiência deliciosa. Assim, prefiro falar sobre os diferentes: aqueles únicos que ficam guardados na memória, pelo lugar, pelo atendimento e pelo momento.